A carta que você nunca vai ler


Comecei a escrever e apaguei. Confesso ter feito isso umas cinco vezes. Não entendi a minha necessidade de fazer tanto ensaio para uma carta que você nunca vai ler. 

Você apareceu na minha vida em um dos momentos mais difíceis que já passei. Um relacionamento falido (que na verdade nunca foi, de fato, um relacionamento), uma falta de autoestima pelos longos anos sendo invalidada e uma sensação de ter perdido quem eu sou. Eu tinha a sensação de ser invisível para todos. E então você chegou e mudou isso.

Em meio a milhares de trocas de olhares, eu fui percebendo algo diferente, algo novo. Eu estava sendo vista, desejada e admirada. Eu gostei! Nem sabia mais a quanto tempo não reparava nos olhares ao meu redor, e no quanto eu poderia parecer interessante aos olhos de outras pessoas. Ou o quanto eu poderia ser o interesse e desejo de outro homem. 

Você me salvou, sem saber, e talvez nunca fique sabendo. Me salvou de continuar passando por abusos psicológicos e físicos, me fez perceber que eu sou interessante, bonita, desejável e única. Você me fez ter a força que eu precisava para sair do fundo do poço e fazer várias mudanças dentro da minha vida. Me trazendo a clareza que eu precisava e o podium de prioridades atualizado.

A vida realmente prega peças. Quem diria que seria você a me mostrar tudo isso. 

Obrigada, querido, por tudo isso que você fez, sem saber. Obrigada por trazer a minha liberdade de volta e, também, por me ajudar a resgatar quem sou eu. 

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